O que é ?
A Disfunção Temporomandibular (DTM) ocorre quando uma anormalidade surge na Articulação Temporomandibular (ATM) ou nos músculos da mastigação. As suas causas envolvem múltiplos fatores e o tratamento pode incluir vários profissionais, sim é necessário um envolvimento multiprofissional para a efetividade do seu tratamento.
Todo ano, essa disfunção acometem mais de dois milhões de brasileiros, segundo levantamento do Hospital Israelita Albert Einstein. Ela atinge qualquer faixa etária, seja homem ou mulher, porém a incidência maior é em mulheres.
O que caracteriza a Disfunção Temporomandibular?
As DTMs podem ser classificadas em três grandes subgrupos:
- Articular: ou seja, aquelas em que os sinais e sintomas estão relacionados à ATM sendo por sobrecarga, traumas e/ou doenças degenerativas (OA e AR);
- Muscular nas quais os sinais e sintomas relacionam-se com a musculatura estomatognática, excesso de tensão e mastigação.
- Mista: une ambos os distúrbios acima.
Tais alterações causam sintomas como: dor local, dor de cabeça, estalos ao abrir a boca e inchaço no rosto. Esse inchaço pode até mesmo afetar alguma terminação nervosa, fazendo com que o indivíduo tenha alterações de sensibilidade.
Outros problemas podem aparecer como zumbidos e dores de ouvido, o que acaba demandando uma avaliação pelo otorrinolaringologista ou neurologista.
A DTM pode afetar bastante a qualidade de vida dos pacientes, principalmente quando esses indivíduos trabalham diretamente com a fala, como é o caso de professores e cantores, já que ao abrir a boca o desconforto é ainda maior.
Causas da DTM
Os motivos que levam uma pessoa a desenvolver uma Disfunção Temporomandibular podem ser agrupados em conjuntos, veja alguns deles:
- Hábitos parafuncionais: Mascar chiclete, morder a tampa da caneta, roer as unhas, etc. Essas manias, muitas vezes relacionadas à ansiedade, prejudicam a saúde oral por colocar a boca e os ossos da face em posições anormais, sobrecarregando a região.
- Estresse emocional: Ter mudanças de humor, principalmente estresse, geralmente fazem o indivíduo manter a musculatura do rosto em tensão. A ATM acaba sofrendo os efeitos disso.
- Alterações hormonais: Doenças como Síndrome do Ovário Policístico (SOP) podem levar a oscilações hormonais, no caso, alterações nas taxas de estrogênio. Esse desequilíbrio estimula uma resposta inflamatória nos ossos e nas cartilagens, resultando em DTM.
- Alterações sistêmicas: Artrite reumatoide e fibromialgia são doenças crônicas, que também geram um quadro inflamatório, predispondo as articulações a um desgaste mais acentuado.
Não podemos também deixar de considerar a etiologia multifatorial 2,5-10 indivíduos que está relacionada com fatores estruturais, neuromusculares, oclusais:
- Perdas dentárias e/ou Desgaste dental, Próteses mal adaptadas;
- Cáries e Restaurações inadequadas;
- Traumas (violência, bocejo, bruxismo, esporte, mastigação);
- Overjet > 6mm;
- Mordida aberta anterior, mordida cruzada.
DTM: como tratar?
Felizmente, o tratamento nos consultórios resolve 95% dos casos, sendo a minoria deles tratados com cirurgia. O dentista irá orientar sobre autocuidado, mudança de hábitos e utilização de medicação sempre que necessário. Normalmente se prescreve relaxantes musculares.
Quando o hábito para funcional está tão intenso de modo que os dentes apresentam também sinais de desgaste, o profissional irá indicar o uso de uma placa miorrelaxante a ser colocada entre os dentes à noite, na hora de dormir.
O aparelho ortodôntico igualmente pode auxiliar, caso haja uma má oclusão dentária contribuindo para a DTM.
O fisioterapeuta também pode contribuir com o tratamento ao realizar ajustes articulares, o que promove alívio da dor e relaxamento dos músculos faciais, bem como restabelecer as funções perdidas e prevenir recidivas, promover mudança de comportamento, aumentando assim sua qualidade de vida.
Utiliza técnicas combinadas como: RPG, mobilizações articulares, terapia manual, liberação global da ATM, relaxamento, técnicas orais, bandagem funcional, eletroterapia, cinesioterapia, acupuntura, etc.
Quando a cirurgia se faz necessária, ela pode acontecer de forma minimamente invasiva, o que traz poucos efeitos adversos e ainda libera rapidamente o paciente para suas atividades normais.
Nesses casos graves, o procedimento cirúrgico é realmente necessário porque caso ele não seja feito, a DTM se agravar, havendo risco de rompimento de estruturas e outros danos irreversíveis.
Fonte: Dra. Bruna Luiza dos Santos Silva – Fisioterapeuta Especialista pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
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